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Panzini, Raquel Gehrke; Bandeira, Denise Ruschel. Brasil / Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Objetivos: Apresentar a Escala de Coping Religioso Espiritual (CRE) através da pesquisa que a gerou. Nesta também foram investigadas as relações entre CRE, saúde e qualidade de vida (QV).
Método: Primeira fase: tradução por especialistas da RCOPE para o português brasileiro; adaptação à cultura brasileira e teste piloto (50 estudantes de nível médio e superior). Segunda: teste de campo e validação. Participantes [N=616; 13-82 anos (idadeμ=41,38+18,44); 65% mulheres]: foram acessados em instituições religiosas ou grupos espirituais (74,4%), universidades (13,5%), clínicas de saúde (9,1%) e Web Mail (2,9%). Instrumentos utilizados: Consentimento Livre/Esclarecido, Questionário Geral (questões demográficas, socioeconômicas, religiosas, de saúde), Escala CRE, Escala de Atitude Religiosa e WHOQOL-bref.
Resultados: Análises fatoriais geraram uma Escala CRE com duas dimensões: CRE Positivo (CREP) (8 fatores, 66 itens) e CRE Negativo (CREN) (4 fatores, 21 itens). Esta demonstrou validade de construto, critério, conteúdo e bons níveis de fidedignidade, tendo quatro índices de avaliação principais: as médias CREP e CREN, escore de CRE TOTAL e Razão CREN/CREP. Testes Qui-quadrado para Saúde-Subjetiva (7categorias) mostraram problemas de saúde (PS) físicos relacionados a altos escores de CRE TOTAL e baixos de Razão CREN/CREP; PS emocionais, acrescidos ou não de PS físicos, mostraram resultado inverso. QV e CRE TOTAL estiveram positiva e significativamente correlacionados. O CREN esteve negativamente correlacionado à QV em maior grau do que o CREP esteve positivamente correlacionado à QV. Usando Testes t de Student, aqueles que tiveram altos escores de CRE TOTAL mostraram maiores níveis de QV em todos os domínios do WHOQOL-Bref e maior Saúde-Objetiva (Likert 5-pontos); aqueles que tiveram altos níveis de QV demonstraram maior uso de CREP e menor de CREN.
Conclusões: (1) A Escala CRE é válida e fidedigna, permite aplicação clínica e em pesquisas em settings públicos ou privados. (2) PS físicos podem ser motivadores e educadores do uso do CRE. PS emocionais podem dificultar um melhor uso do CRE. Intervenções focalizadas no processo de CRE poderiam ser benéficas e efetivas na saúde pública pelo potencial de reduzir custos e impactar significativamente a saúde e QV populacionais. (3) CRE e QV são construtos correlacionados. Foi proposta uma proporção mínima de 2CREP:1CREN (Razão CREN/CREP≤0,5) para obter efeito benéfico geral do CRE na QV. (4) Próximos passos: utilizar metodologias experimentais longitudinais para avaliar relação causal entre CRE e QV (direção da correlação), elaboração de uma Escala CRE Abreviada e investigação da influência da variável idade na relação CRE-Saúde.
Palabras claves: Qualidade de Vida; Coping Religioso Espiritual; Instrumentos de avaliação
Tipo de presentación: Comunicaciones libres
Email ragepa@yahoo.com.br
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